Mário Coelho e Eduardo Militão
A Câmara acaba de reeleger seu presidente para os próximos dois anos. Marco Maia (PT-RS) vai continuar no comando da Casa. Ele foi eleito com 375 votos dos colegas na noite desta terça-feira (1º). Ele superou três candidatos avulsos e foi eleito no primeiro turno com uma vantagem confortável sobre os adversários. Sandro Mabel (PR-GO) teve 106 votos, enquanto Chico Alencar (Psol-RJ) recebeu 16 e Jair Bolsonaro (PP-RJ) ficou com nove. Ainda houve três votos brancos.
Após a proclamação do resultado, Maia fez um discurso de conciliação com os adversários. Elogiou a postura dos três e os discursos feitos antes da votação começar. Do principal adversário, disse que Mabel fez um debate de “alto nível”. “Tudo aquilo que eu disse durante a campanha foi fruto de muita emoção. Vamos produzir uma pauta que os brasileiros possam se orgulhar do parlamento”, disse Maia.
Vice-presidente da Câmara na última legislatura, o gaúcho Marco Maia (PT) era considerado um azarão dentro do próprio partido. Enfrentava a concorrência do líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (SP) e do ex-presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (SP). Antes de Dilma assumir, Vaccarezza era o favorito. Seus apoiadores tinham a maioria dentro do PT.
Para piorar a situação de Maia, o ex-presidente Chinaglia tinha o apoio do ex-líder do governo Henrique Fontana (PT-RS), e caminhava para disputar a indicação com Vaccarezza. Essa era a situação até começar a montagem do ministério da presidenta Dilma Rousseff (PT). Sobraram reclamações dos integrantes da bancada. Parte dos deputados acredita que a equipe é paulista demais. Outros estão insatisfeitos com a demora para a divisão de cargos.
Neste clima, Chinaglia desistiu da candidatura. Junto com Fontana, decidiram apoiar o nome de Maia para a presidência da Câmara. Enquanto os apoios ao gaúcho cresciam, Vaccarezza tratava de costurar acordos com outros partidos, em especial o PMDB. Quando percebeu as articulações dos colegas de bancada, já era tarde.
Nascido em Canoas (RS) em 27 de dezembro de 1965, Marco Maia ficou como suplente nas eleições de 2002. Na metade do mandato, foi efetivado como deputado federal em janeiro de 2005 (legislatura 2003-2007). Em outubro de 2010 foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo na Casa. É filiado ao PT desde 1986, e foi vice-líder do partido entre maio de 2006 e janeiro de 2007 e março de 2007 a março de 2009.
Foi o relator (3/5/2007-3/10/2007) da CPI da Crise do Sistema de Tráfego Aéreo. Sua CPI rivalizou com outra criada no Senado com o mesmo propósito. O governista Marco Maia tentava proteger o governo na sua investigação enquanto, no Senado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) atuava no sentido oposto. Os dois chegaram a trocar ofensas por conta da diferença entre seus trabalhos.
Metalúrgico, foi secretário de Administração e Recursos Humanos do Rio Grande do Sul (2001/2002). Destacam-se entre suas atividades sindicais: dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas (RS, 1984) e do Sindicato de Nova Santa Rita; secretário de Política Sindical da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos (RS); tesoureiro da CUT do Rio Grande do Sul; e secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
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