Integrantes da Frente Parlamentar Contra a Corrupção e da bancada do Psol na Câmara entregaram nesta terça-feira (3) um documento pedindo a apuração das denúncias de envolvimento de deputados com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Eles pedem ao presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que a Corregedoria seja acionada para apurar as relações de Sandes Junior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) com Cachoeira. Também requisitaram a votação de projetos relacionados ao combate à corrupção. Outros deputados também têm relações com Cachoeira. Já há desde a semana passada um pedido de investigação contra o deputado Rubens Otoni (PT-GO). Além desses, também aparecem nas investigações os nomes dos deputados Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Jovair Arantes (PTB-GO), mas contra eles ainda não houve pedido de investigação.
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“Não podemos nos omitir diante de mais essa crise”, afirmou o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE). No entanto, apesar da reunião, os deputados da Frente e do Psol saíram sem garantia de que uma investigação possa ocorrer no curto prazo. Antes do encontro, Marco Maia disse que é preciso primeiro ter informações sobre a abrangência das relações do bicheiro com parlamentares, membros dos outros poderes e até jornalistas.
O petista ressaltou que pediu informações ao Ministério Público Federal (MPF) sobre o que foi apurado até agora. No documento entregue hoje, os deputados pedem esclarecimentos dos envolvidos à Corregedoria e a solicitação de informações ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o conteúdo do inquérito 3430, aberto na semana passada para investigar o senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO) e os deputados Junior e Leréia.
“Vamos olhar as investigações para termos condições de definir o que será necessário, se uma CPI, Conselho de Ética ou outros”, disse Marco Maia. O presidente da Câmara cogita até a criação de uma CPI para investigar a relação do bicheiro com os parlamentares. O deputado Delegado Protógenes apresentou um requerimento com 181 assinaturas para investigar o caso. O objeto da CPI, segundo Protógenes, é apurar espionagem política feita pelo bicheiro para tentar obter vantagens dos parlamentares.
Por enquanto, três comissões foram instaladas na Câmara. Uma para investigar o trabalho escravo, outra para exploração sexual de crianças e adolescentes e a última sobre o tráfico de pessoas no Brasil. O limite é de cinco ocorrendo simultâneamente. Para passar desta quantidade, é preciso uma votação em plenário. O requerimento para criação da CPI terá que ser aprovado por maioria absoluta dos deputados.
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