Renata Camargo
Os líderes da base aliada não chegaram a um acordo para votar nesta quarta-feira (7) a medida provisória que concede reajuste para aposentadorias acima de um salário mínimo. Deputados governistas se reuniram nesta manhã, mas não chegaram a um consenso em torno do índice de reajuste. Representantes dos aposentados querem aumentar o percentual de reajuste proposto pela medida provisória.
A MP encaminhada pelo Executivo prevê um índice de reajuste de 6,14%. O governo já sinalizou a possibilidade de aumentar esse percentual em até 7%. Mas, segundo o líder da base na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), essa proposta não está fechada, pois ainda é preciso analisar as “condições fiscais, econômicas, financeiras e orçamentárias do governo”.
“Ainda não fechamos nenhum acordo. Eu só chego a uma proposta se tiver acordo do governo com as centrais, com aposentados e com a maioria dos partidos. Se não tiver acordo, eu vou apresentar os 6,14%. O governo ainda não pôs limites. O nosso limite é a responsabilidade”, disse Vaccarezza.
Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (PDT-SP), representantes da categoria querem costurar um acordo conjunto entre Câmara e Senado, para estabelecer um percentual de reajuste aceito pelas duas Casas. A intenção, segundo o deputado, é evitar que os senadores concedam um reajuste maior do que o possível e deixem os deputados com o “pescoço em risco”.
“Nós temos uma preocupação de chegar no Senado, e ele modificar, e isso voltaria para a Câmara. Não teríamos como não aprovar o que veio do Senado, porque ninguém quer colocar o seu pescoço em risco. Vamos tentar uma proposta única”, disse Paulinho.
De acordo com o sindicalista, é possível construir um acordo em torno de uma emenda apresentada por ele que concede o reajuste equivalente a 80% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Esse aumento alcançaria o índice em torno de 7,7%. “É tão pequena a diferença que 80% do PIB dá 7,7% de reajuste. Isso em dinheiro significaria cerca de R$ 600 milhões a mais para os aposentados, em relação aos 7% do governo”, disse Paulinho.
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