A transparência ainda patina na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Levantamento feito pelo projeto Adote um Distrital mostra que os deputados distritais estão utilizando as ferramentas da internet para a autopromoção em vez de prestar contas à sociedade. Os distritais obtiveram média de 2,5, numa escala que vai de 0 a 10. O índice de transparência mediu 32 quesitos que revelam como cada deputado presta contas do seu mandato na internet.
“A conclusão é de que estamos muito, mas muito mal”, dizem os organizadores do Adote um Distrital, projeto sem fins lucrativos e vinculação partidária que tem como objetivo promover o controle social e promover a eficiência nos gastos públicos.
Entre os 24 deputados distritais, as notas variaram de 8,8, obtida por Cláudio Abrantes (PPS), a 0,4, pontuação dada a Paulo Roriz (DEM) e Siqueira Campos (PSC).
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“Dos 32 quesitos avaliados, os que tiveram melhor aderência por parte dos parlamentares foram aqueles que de certa forma são panfletos sobre a atuação parlamentar: redes sociais, que na maioria das vezes não são utilizadas como forma de interação com os eleitores; e publicação das ações legislativas, normalmente como forma de notícia publicitária em seu site”, observam os responsáveis pelo projeto.
O índice de Transparência está dividido em seis grandes seções. Para cada quesito, somou-se uma pontuação. Foram aferidas, por exemplo, a atuação parlamentar direta (com prestação de contas das verbas indenizatórias e de gabinete, justificativas de faltas); a atuação parlamentar indireta (com indicações ao GDF de cargos de secretário e administrador), e a governança do mandato (com promessas de campanha e agenda oficial).
Também foram medidos o controle social (com a avaliação do mandato pela sociedade civil), a acessibilidade ao site (uso de ferramentas para portadores de necessidades especiais) e a participação dos parlamentares nas mídias digitais.
Esse último quesito foi o único encampado por todos os distritais. “Transparência para nós do Adote um Distrital significa a autoridade pública tornar efetivamente público seus atos: mostrar o que está fazendo e como isso vai impactar a nossa vida, mostrar com quem está dialogando para melhores políticas públicas, o que está fiscalizando e quais os resultados de suas fiscalizações e quase leis estão elaborando. Transparência não é simplesmente encarar uma comunicação pública como um panfleto de propaganda do mandato”, afirmam os responsáveis pelo estudo.
O projeto Adote um Distrital, que nasceu após os escândalos de corrupção envolvendo o ex-governador José Roberto Arruda e outras figuras políticas do Distrito Federal, é coordenado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e pelo Instituto de Fiscalização e Controle (IFC).
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