Diversos deputados questionaram hoje (5) o papel da imprensa no sentido de denunciar a prática de nepotismo no Congresso. Os parlamentares se referiam à reportagem do jornalista Lúcio Vaz, do jornal Correio Braziliense, que afirmou que existem 61 parentes de deputados empregados como secretários parlamentares em 51 gabinetes.
Entre esses, existiriam pelos menos 16 filhos e 12 mulheres de parlamentares. “Além de irmãos, cunhados, sobrinhos, primos, genros, noras e netos”, afirma o jornalista. Leia mais
Os deputados Carlos Santana (PT-RJ) e Odacir Zonta (PP-SC), citados na matéria, reclamaram que não foram procurados pela reportagem e criticaram a matéria. A assessoria de imprensa do petista afirmou ao Congresso em Foco que o jornal vai se retratar na edição de amanhã.
“Isso gerou uma polêmica e o deputado nunca empregou parente, nem dele, nem de nenhum outro deputado. Ele sempre foi contra isso”, ressaltou a assessoria do petista. A reportagem do Correio afirmou que a cunhada do petista trabalha em seu gabinete.
Leia também
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara, afirmou que acionará a Procuradoria Parlamentar para que sejam adotadas medidas a respeito da publicação de matérias com informações que diversos deputados consideram inverídicas sobre a contratação de parentes nos gabinetes. A Procuradoria é encarregada de defender a Câmara e seus integrantes quando atingidos em sua honra ou imagem.
O petista recomendou às bancadas que analisem o tema, pois em algum momento o assunto irá para o colégio de líderes e será deliberado na Casa. "É melhor para a Câmara e a sociedade que a maioria se manifeste para saber se isso é adequado ou não no Parlamento e nos outros poderes", disse.
Apesar dos protestos dos deputados contra o Correio Braziliense, vários veículos de comunicação têm mostrado, já há bastante tempo, que a prática do nepotismo é comum no Congresso Nacional. Segundo reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, os parentes de deputados custam à Câmara R$ 3,6 milhões por ano – leia mais. (Rodolfo Torres)