Os deputados da base aliada à presidenta Dilma Rousseff eleitos para a próxima legislatura receberam 60% das doações de empresas em 2014. Levantamento do jornal Folha de S.Paulo, com base em registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informa que tais congressistas foram patrocinados em R$ 440,5 milhões. Mas foram os eleitos por partidos da coligação que apoiou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que amealharam a maior receita: R$ 229 milhões.
Segundo a Folha, a conta oposicionista sobe se forem consideradas as legendas que passaram a apoiar o tucano em segundo turno, como o PSB de Marina Silva, terceira colocada no primeiro turno: R$ 289 milhões de receita. E, se forem consideradas as doações para cada partido, o PSDB tem, individualmente, o maior volume de doações: 109 milhões, para 54 tucanos.
Em seguida aparece o PMDB, com R$ 104 milhões distribuídos para as campanhas de 66 deputados eleitos. Em terceiro lugar, vêm os 70 deputados do PT, legenda mais numerosa da próxima composição da Câmara, que receberam R$ 97 milhões como doação de campanha.
Ainda segundo a reportagem do jornal paulista, construtoras e bancos foram os principais doadores, a exemplo do que aconteceu em 2010. E, novamente, foi um grupo do ramo alimentício quem mais doou: o grupo J&F, controlador da JBS (da processadora de carnes Friboi), que destinou R$ 60 milhões a 164 candidatos, um terço dos deputados eleitos (a empresa doou R$ 10,7 milhões em 2010, em valores corrigidos pelo IPCA). O segundo colocado em doações, o Bradesco, despejou R$ 14,4 milhões nas candidaturas.
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