Mário Coelho
O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), conhecimento nacionalmente por dizer que “se lixa para a opinião pública”, agrediu um colega de partido em encontro do PTB no Rio Grande de Sul, no sábado (18). Segundo o deputado estadual Ronaldo Santini (PTB), a agressão ocorreu diante de partidários em Porto Alegre (RS) por conta de divergências dos dois pela divisão de cargos destinados aos petebistas no governo gaúcho. O site não conseguiu localizar Moraes.
De acordo com o jornal Zero Hora, a confusão começou após Moraes fazer um discurso criticando a distribuição de cargos no governo gaúcho. Ele afirmou, segundo o periódico, que as posições ficavam com o “mesmo grupinho” e que nem ele, vice-presidente regional do PTB, sabe o critério de nomeação. Santini foi contestá-lo e acabou levando um tapa no rosto, desferido pelo deputado federal.
Em entrevista dada à Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (20), Santini disse lamentar o episódio. Ele afirma que não agrediu Moraes verbalmente. Adiantou também que vai contratar um profissional de leitura labial para provar que não ofendeu o colega de partido. “Jamais poderíamos ter chegado nesse ponto”, disse, qualificando Moraes de “homem das cavernas”.
“O que aconteceu foi um episódio lamentável, que eu até sinto vergonha”, disse Moraes em entrevista ao Portal Gaz, de Santa Cruz do Sul (RS). O deputado santa-cruzense confirmou que acertou o rosto de Santini com um tapa, mas argumentou que foi quando estava caindo após perder o equilíbrio. “Ele veio pra cima de mim. Eu estava apertado e dei um passo pra trás, perdi o equilíbrio. Nisso, acertei ele”, narrou Moraes, ponderando que “se fosse pra agredir, teria dado um soco. E com a mão direita”. “Briga de homem com tapa… Dá licença!”, acrescentou Moraes.
Réu em duas ações penais
O deputado gaúcho é réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF). Sérgio Moraes é acusado de ter cometido crimes de responsabilidade no período em que foi prefeito de Santa Cruz do Sul. Numa das ações, o parecer da Procuradoria-Geral da República é pela condenação. Atualmente, Moraes é suplente de quarto-secretário da Mesa Diretora da Câmara.
Ao assumir a presidência do Conselho de Ética, em maio de 2008, o gaúcho desdenhou dos processos a que responde na Justiça. ?Serei absolvido em todos. Lá na minha terra, tem um ditado que diz que ‘cão que não tem pulga, ou teve ou vai ter, mesmo que seja pequena’?, afirmou Moraes. ?Sou ético, sou firme, não me dobro e tenho sete mandatos.?
Meses depois, voltou a causar polêmica ao defender o arquivamento de uma denúncia no Conselho contra o deputado Edmar Moreira (PR-MG), acusado de usar a verba indenizatória com suas empresas de segurança. ?Estou me lixando para a opinião pública”, afirmou Moraes aos jornalistas. “Até porque parte da opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, mas a gente se reelege.”
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