O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) protocolou no Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, um requerimento oficial em que pede a extradição de Joesley Batista, dono da JBS. O empresário é um dos responsáveis pela delação premiada que atingiu o presidente Michel Temer na Operação Lava Jato, além do senador Aécio Neves e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ambos já afastados dos respectivos mandatos por determinação do Supremo Tribunal Federal. No documento, o parlamentar alega que há crimes contra a ordem econômica que não estão englobados no acordo firmado entre os sócios do Grupo JBS e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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De acordo com o deputado, o Ministério das Relações Exteriores tem a prerrogativa de requerer aos Estados Unidos o retorno do empresário para que ele responda perante o Poder Judiciário sobre investigações ainda não citadas em sua delação premiada.
“Nosso pedido tem como base investigações sobre insider trading e outros crimes contra a ordem econômica que estão fora do acordo com a PGR. Cabe ressaltar que Joesley lucrou com a confissão de seus crimes ao especular contra o país em cima de sua delação”, justificou o deputado, que disse discordar do benefício concedido com a liberdade do empresário nos Estados Unidos.
No pedido entregue ao Itamaraty, Aleluia reforça que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processos administrativos para apurar se empresas e fundos ligados à JBS agiram com informações privilegiadas sobre o teor do acordo de colaboração premiada. De acordo com ele, há fortes indícios de que o grupo teria atuado no mercado de câmbio, comprando milionárias quantias em dólar e vendido ações da JBS antes de a colaboração se tornar pública.
“Estamos com todas as bases legais para requerer o pedido de extradição aos Estados Unidos que não têm motivo para negá-lo. O senhor Joesley vai ter que voltar para responder pelos seus crimes”, defendeu.
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