O deputado condenado no mensalão, João Paulo Cunha (PT-SP), já está no presídio da Papuda, informou a Polícia Federal. Ele cumprirá nove anos de cadeia por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas ainda recorre desta última acusação. Ele foi preso por volta das 19h30 desta terça-feira (4).
[AP 470] A PF informa que o Deputado Federal João Paulo Cunha acaba de se entregar no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
— Polícia Federal (@agenciapf) 4 fevereiro 2014
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Ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha afirmou pouco antes de se entregar que no início da noite de hoje que não vai renunciar ao mandato mesmo depois da ordem de prisão por sua condenação no processo do mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) já comunicou a Câmara da sentença, que pode abrir um processo de cassação contra o deputado caso ele
não renuncie. Para evitar isso, outros presos no mensalão – como os então deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), José Genoino (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT) – renunciaram a seus cargos. Entretanto, Natan Donadon (ex-PMDB-RO), condenado por desvio de dinheiro em Rondônia, sobreviveu ao julgamento em votação secreta no plenário e hoje é o único parlamentar federal presidiário do Brasil.
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A votação de um eventual processo de cassação de João Paulo será aberta, conforme regras aprovadas pelo Congresso após a absolvição de Donadon em plenário. O deputado diz não ter medo do futuro. “Não temo enfrentar, se for necessário, um novo julgamento na Câmara dos Deputados. Deste caso, já fui absolvido pelo plenário da Casa e nas urnas, em duas eleições, em disputas (2006 e 2010) marcadas pelo uso deslavado e leviano do chamado mensalão contra o PT”, disse João Paulo, na “Carta aberta à sociedade brasileira, em defesa da verdade e da Justiça”. “Nos pleitos eleitorais sempre estimulei o debate e dialoguei com a população, esclarecendo todos os fatos. Portanto, os mais de 255 mil eleitores que em 2010, pela segunda vez seguida, me elegeram o deputado federal mais votado do PT no Estado de São Paulo, fizeram-no de maneira consciente, informados e convencidos de que jamais me envolvi em ilegalidades.”