Mário Coelho
O deputado Leonardo Prudente (sem partido) renunciou na manhã desta segunda-feira (25) à presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Ele comunicou a Mesa Diretora da Casa, às 9h30, que está saindo do cargo definitivamente. A partir de agora, o presidente em exercício do poder Legislativo, Cabo Patrício (PT), tem até sete dias para convocar uma nova eleição que vai escolher o substituto de Prudente.
A carta entregue por Prudente não explica os motivos para sua saída. Ele apenas comunica que renuncia ao cargo. Segundo sua assessoria, ele não fará, neste momento, nenhum pronunciamento nem concederá entrevista coletiva. Mas, havendo sessão plenária – está programada uma para as 15h de hoje – ele vai comparecer. Leonardo Prudente é investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) dentro do inquérito 650DF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele foi flagrado em gravação de vídeo colocando dinheiro de propina na meia.
Desde 27 de novembro, quando estourou a Operação Caixa de Pandora, a pressão em cima de Prudente para que renunciasse era muito grande. O primeiro argumento para ele deixar o cargo foi a necessidade de preservar o Legislativo das denúncias envolvendo oito parlamentares titulares e dois suplentes de participar de um esquema de propina que atingiu membros da Câmara e do governo do DF. Depois, com a reveleção de situações comprometedoras do governador José Roberto Arruda (sem partido), havia a necessidade de eleger um novo presidente que pudesse controlar as nvestigações contra o chefe do Executivo local.
Mesmo com a intensa pressão, o deputado da meia tentava permanecer no cargo de qualquer maneira. Porém, a Justiça, em duas decisões, decidiu que Prudente deveria sair da presidência temporariamente, até as investigações contra Arruda e contra os parlamentares do mensalão terminassem. Ele chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a decisão fosse suspensa. Porém, até o momento a corte não se pronunciou sobre o pedido do deputado.
Com a saída temporária de Prudente, a oposição conseguiu criar a CPI da Corrupção e convocar os deputados para trabalhar em janeiro. Agora, com a renúncia à presidência, distritais governistas, como Eliana Pedrosa (DEM), Wilson Lima (PR) e Alírio Neto (PPS) são apontados como os principais interessados em assumir a posição em um novo pleito. Lima, por sua obediência política, é o favorito do governo. Já Pedrosa, apesar de negar publicamente, buscou apoio de deputados aliados ao ex-governador Joaquim Roriz e de petistas.
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