A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) contou ter sido ameaçada de morte enquanto passeava em shopping de Porto Alegre com a mãe, na noite de ontem (19). Segundo relato publicado em rede social, um homem que carregava uma criança no colo disse a ela: “A sua hora de morrer vai chegar”.
Após descrever o fato, ela ponderou que a fala do homem foi uma manifestação de ódio. “Esse ódio começa a comprometer a esperança de que possamos retomar o rumo do fortalecimento da democracia”, disse ela em sua página do Twitter.
Ela ainda direcionou falas ao suposto agressor. “Suas ameaças não me assustam, você não vai me destruir, não vai me calar nem aos que estão comigo”, afirmou a deputada.
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Maria do Rosário avaliou que a atitude do homem também é uma ameaça às relações de respeito em uma democracia. “Valores que são rasgados quando um sujeito se acha no direito de te agredir em lugar público” tuitou.
A parlamentar, que foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República no primeiro mandato do governo Dilma, também já foi alvo de declarações polêmicas do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Em discurso no plenário da Câmara em dezembro do ano passado, Bolsonaro disse que só não “estupraria” Maria do Rosário porque ela “não merecia”. “Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”, disse ele na ocasião.
PublicidadeConfira depoimento completo da deputada
“O ódio saiu das redes sociais para se manifestar hoje, às 19h, na insanidade de um sujeito que sentiu-se à vontade para me ameaçar de morte em pleno shopping Bourbon Country, em Poa (Porto Alegre). A sua hora de morrer vai chegar, tenho que ouvir. Pior. Não respeitou os cabelos brancos de minha mãe de 80 anos, que ouviu isso. Não respeitou a criança que carregava pela sua própria mão, talvez um filho. Não respeita a dignidade e a distância física que se deve manter de cada um, concorde-se ou não com sua opinião política. Me resta denunciar, registrar ocorrência, processar. Não é um tiro. Não me matou, nem vou deixar de dizer o que acredito e fazer o que devo em coerência às ideias que me movem. O sujeito movido pelo ódio é um patético, arrogante. Mas não posso negar, esse ódio começa a comprometer a esperança de que possamos retomar o rumo do fortalecimento da democracia”