Depois que o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eros Grau manteve a decisão de cassar o mandato da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), a parlamentar voltou a negar a compra de votos na cidade de Silva Jardim, na região dos Lagos do Rio de Janeiro.
O Ministério Público Federal apreendeu santinhos dela e uma lista de eleitores com Róbson Azeredo, cabo eleitoral da deputada. Na casa dele, foram apreendidos R$ 3 mil no dia das eleições de 2006.
Solange Almeida disse hoje (9) à tarde ao Congresso em Foco que vai recorrer ao plenário do TSE. Segundo ela, seu recurso não poderia ter sido analisado apenas por um ministro do tribunal. Além disso, Eros Grau não teria considerado a liminar que mantém a deputada no cargo, depois da condenação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio.
A parlamentar alega não existirem provas de que o material apreendido com Róbson signifique que ela tentou comprar votos. “Não há testemunhas. Essa lista estava no bolso dele e poderia ser uma relação de pessoas que você arregimenta para vigiar urnas, fazer aquela pressão do dia de eleição, como vestir camiseta, carregar bandeiras”, justificou Solange Almeida.
“No máximo, pode ter sido uma boca-de-urna”, disse ela, reproduzindo um voto divergente de uma magistrada do TRE-RJ.
A deputada espera que a publicação da decisão de Eros Grau aconteça amanhã. Depois, ela terá três dias para fazer um agravo regimental ao TSE. (Eduardo Militão)