O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), quer avançar nas investigações sobre a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Ele espera ouvir ainda na tarde de hoje o jardineiro Leonardo Moura, do qual teria partido a informação de que Francenildo havia recebido uma grande quantia de dinheiro.
“Mantiveram o jardineiro escondido um tempão, mas ontem ele se apresentou à Polícia Federal. Agora já temos o endereço e vamos tentar ouvi-lo ainda hoje. Se não for possível, vou aproveitar o depoimento dado à PF”, afirmou Tuma.
O jardineiro teria comentado com a jornalista Helena Chagas, colunista do jornal O Globo, para quem trabalha, que o caseiro pretendia comprar um lote com o dinheiro que recebera do pai. Tuma quer saber se Helena repassou a informação ao senador Tião Viana (PT-AC), que, por sua vez, teria comunicado o fato ao então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
A PF desconfia que foi a partir daí que surgiu a idéia de se vasculhar os dados da conta bancária de Francenildo, para tentar desacreditá-lo diante da opinião pública.
Os dados bancários de Francenildo foram repassados à revista Época, editada pelo Infoglobo, que também publica o jornal O Globo. A violação do sigilo bancário do caseiro culminou na demissão de Palocci e do então presidente da Caixa, Jorge Mattoso.
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Na última segunda-feira, Helena Chagas prestou depoimento à Polícia Federal. Ela negou ter relatado a Palocci o que ouviu do seu funcionário, mas confirmou que repassou a informação a Tião Viana. O jardineiro confirmou ontem que contou aos patrões a história do caseiro.
A jornalista e seu marido devem ser ouvidos pela Corregedoria do Senado na próxima terça-feira (25).
Romeu Tuma não descarta a hipótese de encaminhar para o Conselho de Ética do Senado um pedido de abertura de processo contra Tião Viana. “Se ficar confirmado que Chagas passou a informação para Viana e que, no dia seguinte, Palocci ligou para ela para saber mais detalhes, não posso deixar de relacionar os fatos”, observou.