Em entrevista ao jornal O Globo, o empresário fundador do grupo EBX diz que já recebeu convite de partidos e que ainda não tomou a decisão porque avalia suas possibilidades. “Tem muita gente que acha que eu posso contribuir. Não tenho nenhum impedimento judicial. Não fui sequer julgado em primeira instância”, disse. A Lei da Ficha Limpa só barra candidaturas de condenados a partir da segunda instância.
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Na entrevista a Ascânio Seleme, Eike nega que esteja de olho no foro privilegiado proporcionado por uma cadeira no Senado. “Eu quero ajudar. Eu preciso me reinventar. Hoje, sou provavelmente a maior fake news do mundo. Ninguém sabe o que eu fiz pelo Brasil. Vou mostrar o que eu já fiz. Eu trouxe para o Brasil US$ 40 bilhões em investimentos. Eu vou ajudar a não deixar projetos desnecessários serem construídos”, afirmou.
O empresário também conta como era sua rotina na prisão: da prática de exercícios físicos ao uso do sanitário, passando pelas revistas íntimas e pelas transações financeiras na cadeia, onde diz ter feito 36 amigos.
“É deprimente ver as fiscalizações feitas dentro do presidio em busca de dinheiro que entrou ilegalmente. Fazem a gente ficar encostada na parede, de cara contra a parede, com as mãos no alto, também apoiadas na parede, vem e apalpam a gente, procuram em cada parte do seu vestuário. Até nos chinelos, tem que virar o chinelo, porque descobriram que alguns colavam o dinheiro na sola do chinelo”, relatou. “Os caras são engenheiros lá dentro. E os policiais vão tirando o dinheiro que encontram. Tem gente que se agarra a quatrocentos reais como se fosse sua vida, porque vai ter que usar aquele dinheiro o mês inteiro para comer alguma coisa melhor na cantina”, acrescentou.
PublicidadeNo ano passado, Eike ficou preso de janeiro a abril. Passou para a prisão domiciliar graças a habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em outubro, a domiciliar foi convertida em recolhimento noturno. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas, que cuida da Lava Jato no Rio. Ele é acusado de ter pagado ilegalmente US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), hoje preso em Curitiba. Em fevereiro de 2017 tornou-se réu por corrupção e lavagem de dinheiro. Além de ter de ficar recolhido em casa à noite, aos finais de semana e feriados, o empresário não pode sair do país e está proibido de manter contato com outros investigados.
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