Em um dia de “ressaca” no Senado, depois da absolvição de Renan Calheiros (PMDB-AL) em plenário (leia), das discussões do PMDB em torno de quem seria seu sucessor e do intenso ritmo de trabalho imposto ontem (5) pelo presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC), poucos senadores estão em plenário na sessão deliberativa de hoje (6).
Os assuntos que devem nortear as discussões até o fim do ano, como indicam os próprios senadores, devem continuar sendo a PEC 89/07 – que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Contribuição Financeira (CPMF) – e a sucessão na presidência, que deve continuar nas mãos do PMDB, partido de maior bancada na Casa.
Entre temas diversos que vêm sendo abordados nesta tarde pelos parlamentares, um ganhou destaque especial: o lançamento da candidatura de Pedro Simon (PMDB-RS) para a vaga deixada pelo senador alagoano, como propugnou ontem Mão Santa (PMDB-PI) na reunião na liderança do PMDB e, em pronunciamento feito agora pouco na tribuna do plenário, Eduardo Suplicy (PT-SP).
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“Está na hora, por sua grandeza, sua trajetória, sua nitidez, de o senador Pedro Simon ser presidente desta Casa. Ele será um grande presidente do Senado”, disse Suplicy. "Meu apelo é que Pedro Simon apresente seu nome à bancada."
Pedro Simon não apresentou sua candidatura na reunião de ontem do PMDB, que revelou os primeiros quatro nomes do partido para disputar o posto: Garibaldi Alves (RN), que foi o primeiro a se apresentar, há cerca de três semanas, Valter Pereira (MS), Neuto de Conto (SC) e Leomar Quintanilha (TO). Segundo o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), o escolhido pela legenda deve ser apresentada na próxima terça-feira (11) (leia).
Cabos eleitorais
Enquanto Suplicy discursava, alguns senadores o aparteavam e apoiavam a iniciativa de pedir a candidatura de Pedro Simon à presidência do Senado. "A lista está aberta, ele precisa se inscrever para disputar na terça", disse Wellington Salgado (PMDB-MG), referindo-se à data que marcará a escolha dos peemedebistas. "Ele precisa colocar o nome na lista, como os quatro que colocaram seu prestígio pessoal a serviço do partido. Se ele se apresentar, é um nome forte, pela história que tem no partido e no Senado."
Mão Santa, o primeiro a sugerir o nome de Simon para a vaga, também manifestou apoio à iniciativa de Suplicy. "Ontem, eu lancei o nome dele para a bancada, então ele já partiu na frente: dois votos, 20%. Nesse instante, Deus não irá abandonar o Senado, que está desmoralizado. E aí está o homem: se quiserem a virtude, a eleição dele é necessária", pregou o senador piauiense.
Integrante do PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) tabém reforçou o côro. "Faço dois apelos: o primeiro, que Pedro Simon aceite esta tarefa, que o Brasil precisa dele. E outro ao José Sarney [PMDB-AP], que ele rejeite a ideía de voltar à presidência, até porque isso acrescentaria mais duas linhas à extensa biografia dele. Seria bom ele próprio apoiar a candidatura de Pedro Simon", disse Cristovam, referindo-se ao fato de Sarney já ter sido duas vezes presidente do Senado (1995/1996 e 2003/2004). (Fábio Góis)