Em depoimento concedido hoje na Sub-Relatoria de Contratos da CPI dos Correios, o superintendente da empresa Politec, Mauro Castro Lucas de Souza, negou que tenha tido participação direta na elaboração do edital de licitação para os serviços de correio híbrido postal da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Ele admitiu, porém, ter acompanhado parte da elaboração da proposta.
O correio híbrido é um sistema que permite o recebimento eletrônico e a impressão de documentos de grandes empresas, para que a entrega da correspondência seja mais rápida. A licitação foi vencida em 2002 pela Politec. Na época, Souza disse que atuava como consultor de tecnologia da estatal. Ele entrou na Politec em 2003, e passou a cuidar do contrato do correio híbrido.
O depoente admitiu ainda que, em outubro de 2004, fez contatos telefônicos com Maurício Marinho, ex-chefe de departamento dos Correios e pivô do escândalo de corrupção na estatal ao ser flagrado recebendo propina de R$ 3 mil, em maio do ano passado. O objetivo era tratar da área financeira do contrato.
Guarda de documentos
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O sub-relator, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), questionou a licitação para o serviço de correio híbrido da estatal. A disputa previa a construção de salas-cofres para a guarda dos documentos, tanto digitalizados como em papel. Essas salas foram construídas nas dependências da empresa vencedora, com recursos dos Correios. José Eduardo Cardozo argumentou que o patrimônio adquirido poderia beneficiar a Politec em licitações posteriores.
Souza rebateu o deputado, lembrando que a empresa perdeu a licitação, realizada em dezembro de 2005, para a continuidade dos serviços. O sub-relator lembrou, porém, que o escândalo dos Correios já havia estourado na ocasião.