Acusado pelos colegas de partido de ter violado as normas regimentais para aprovar ontem o relatório final da CPI dos Correios, o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse há pouco que o PT tentou inviabilizar a aprovação do relatório final. "O relatório paralelo era ideal para inviabilizar (a votação)", afirmou.
Opinião semelhante é compartilhada pelo relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que acusou os petistas de tentarem prejudicar as conclusões da comissão com a apresentação de um texto paralelo às vésperas da votação.
Serraglio acrescentou que a maneira escolhida pelo partido para propor alterações ao texto original foi uma tentativa de "cozinhar o tempo", já que, segundo ele, era praticamente impossível identificar as diferenças entre um relatório e outro em prazo curto como o de que a comissão dispunha, ou seja, até o dia 10 de abril.
Delcídio disse que já recebeu do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o recurso do PT contra o processo de votação do relatório da comissão. Ele adiantou que sua resposta terá com base resolução adotada em 1997 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, durante a CPI dos Precatórios. Na ocasião, a CCJ restringiu a apresentação de destaques e votos em separado, o mesmo procedimento adotado ontem pela CPI dos Correios.
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O senador informou que vai encaminhar na próxima segunda-feira (10) o relatório final à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao presidente do Congresso. O encaminhamento servirá para que essas instâncias dêem andamento às investigações feitas pela CPI.
Serraglio e Delcídio concedem entrevista coletiva neste momento, na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.