“Mas Duque ofereceu algum benefício a suas empresas na Petrobras?”, perguntou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). “Ele não oferecia vantagens. Era mais no sentido de não atrapalhar [os contratos]”, esclareceu. A gráfica, de acordo com as investigações da Polícia Federal, teve como sócio o ex-tesoureiro do PT e fez panfletagem para a presidenta Dilma Rousseff (PT) durante as eleições de 2010.
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Augusto Mendonça Neto também confirmou que procurou o ex-tesoureiro do PT a pedido de Renato Duque, para fazer doações oficiais ao PT como parte do pagamento de propina.
O executivo explicou que se reuniu com Vaccari cerca de dez vezes. “Nós parcelávamos o pagamento e às vezes atrasávamos”, explicou. Mendonça esclareceu, porém, que Vaccari não ofereceu a ele vantagens na Petrobras. “Mas o Duque sim”, disse.
Esquema de propina
O empresário contou como teria começado o esquema de propinas na Petrobras. Ele apontou o doleiro Alberto Youssef como intermediário do pagamento de subornos entre a empresa dele e o ex-deputado José Janene (PP-PR), já falecido.
Mendonça Neto disse que sua empresa, a Setal Óleo e Gás (SOG), participava de um consórcio ganhador de dois contratos com a Petrobras, em 2007 ou 2008, quando foi procurado por Janene.
“Janene se colocou como responsável pela indicação de Paulo Roberto [Costa, ex-diretor da Petrobras acusado de receber propinas] e disse que, se não fizéssemos uma contribuição, nós seríamos duramente penalizados”, disse. “A partir daí, me reuni com as empresas do consórcio e decidimos colaborar.”
Na época, a SOG participava, junto com a Mendes Júnior e a MPE Engenharia, de consórcio para obras na Refinaria Repar, no Paraná.
“Janene me apresentou a Alberto Youssef e disse que Youssef é que iria receber os valores mensalmente”, explicou. Ele disse que o doleiro ofereceu notas fiscais frias em troca do dinheiro.
Com informações da Agência Câmara
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