Costa relatou aos investigadores que foi procurado por Fernando Baiano e aceitou receber o valor, que foi pago no exterior. Ele acredita que a quantia tenha sido disponibilizada pela Astra Petróleo, proprietária da refinaria. Segundo ele, havia boatos dentro da Petrobras de que “o grupo de Cerveró, incluindo o PMDB e Baiano, tenha dividido algo entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões, recebidos provavelmente da Astra”.
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Sobre a relação com Fernando Baiano, Costa disse que viajou com ele em 2007 ou 2008 para Liechtenstein, na Europa, e foram ao Vilartes Bank, onde ele “acredita que os valores tenham sido depositados”. Na ocasião, Costa disse que conheceu Diego, um “operador” do empresário que morava na Suíça e vinha ao Brasil uma vez ao ano para cuidar das contas de Baiano.
O ex-diretor definiu Fernando Soares como lobista e “uma pessoa bem articulada, tendo muitos contatos no mundo político e empresarial”. Segundo Costa, ele é dono de uma cobertura de 1.200 metros quadrados na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma casa nos Estados Unidos, casas em Angra dos Reis (RJ), Trancoso (BA), além de uma lancha, ativos no exterior e uma academia de ginástica. Paulo Roberto acredita que os bens estão em nome de outra pessoa porque Soares “não teria como comprovar a origem dos recursos para adquirir todos esses bens.”
Paulo Roberto Costa também confirmou que a “necessidade de repasses para grupos políticos, especificamente PP e PT” também ocorria na diretoria internacional, comandada na época por Nestor Cerveró. Nesse caso, segundo o ex-diretor, Fernando Baiano atuava como operador que “cuidaria de viabilizar a entrega de parte devida ao PMDB”.
O delator também afirmou que a partir de 2008 ou 2009 a cobrança de propina da Construtora Andrade Gutierrez passou a ser feita por Fernando Baiano, não mais pelo doleiro Alberto Youssef.
Todos os partidos citados negam que tenha se beneficiado da cobrança de propina na Petrobras.
Em julho, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a devolução de US$ 792,3 milhões aos cofres da Petrobras pelos prejuízos causados ao patrimônio da empresa com a compra da Refinaria de Pasadena.
O maior montante, de US$ 580,4 milhões, deverá ser devolvido por membros da diretoria executiva da Petrobras, que aprovaram a ata de compra da refinaria, entre eles o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli, além de Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa.
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