As informações foram veiculadas neste sábado (18) pelo repórter Vladimir Neto, no Jornal Hoje (TV Globo). Segundo o delator, que colabora com a Justiça em esquema de delação premiada, as entregas chegavam a até R$ 200 mil por viagem. Rafael Ângulo, que cuidava da contabilidade do esquema de corrupção, disse que a partir de 2009 passou a fazer viagens frequentes para levar dinheiro vivo a políticos. Diversos desses deslocamentos era para Brasília, onde Ângulo disse ter feito entregas em imóveis funcionais dos deputados.
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Maços de notas de R$ 100 e R$ 50 iam escondidos nas pernas, em meiões de futebol, relatou Ângulo. A propina também era levada aos políticos em aeroportos, estacionamentos, restaurantes e hotéis. Entre os “clientes” do delivery, disse, estavam os ex-deputados pelo PP João Pizzolatti (SC) e Pedro Corrêa (PE), hoje preso no Paraná, e Mário Negromonte (PP), que foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff e, atualmente, é conselheiro do Tribunal de Contas dos municípios da Bahia.
Os três ex-deputados já estão sob investigação por corrupção e lavagem de dinheiro no STF – Pedro Corrêa, aliás, é um dos condenados do mensalão, caso que já o havia levado à cadeia. Agora, a suspeita é de que todos eles tenham recebido dinheiro desviado no esquema de fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras. Investigadores da Lava Jato acreditam que Negromonte e Pizzolatti também distribuíam propina a outros correligionários do PP.
Por meio de nota, o Partido Progressista se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Todos os ex-parlamentares do PP negam qualquer tipo de envolvimento no caso, segundo a reportagem da TV Globo.