Com 30 anexos, a delação do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, entregue ontem pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve envolver pelo menos 15 deputados do PMDB e aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, além do próprio presidente Michel Temer. As informações são do jornal O Globo.
Acusado de participar de desvios do Fundo de Investimentos do FGTS, da Caixa Econômica Federal, em parceria com Cunha, Funaro confessou crimes, descreveu o envolvimento de parlamentares nas negociatas e entregou provas “fortes” de movimentação ilegal de dinheiro.
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Janot e auxiliares estão em fase adiantada da elaboração da segunda denúncia contra Temer. A primeira, por corrupção, foi rejeitada pela Câmara no começo do mês. De acordo com o repórter Jailton de Carvalho, do Globo, as informações prestadas por Funaro devem se somar às delações e gravações de Joesley Batista e outros executivos da J&F na peça de acusação contra o presidente.
O peemedebista é alvo de inquérito no Supremo que apura o envolvimento dele, do ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures, entre outros, em crimes como corrupção, obstrução à Justiça e organização criminosa. O procurador-geral da República suspeita que Temer usava Rocha Loures para negócios escusos, receber propina da JBS e atrapalhar a Lava Jato já no exercício do mandato.
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Segundo o Globo, Funaro fez revelações consistentes e revelantes que reforçam as acusações de Joesley contra o presidente. Foi com base em depoimentos dele que a Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima por obstrução à Justiça. Um dos peemedebistas mais próximos de Temer, Geddel é acusado de sondar a mulher do doleiro sobre a intenção dele de fazer delação premiada. De acordo com a revista Veja, Funaro contou que recebeu dinheiro da JBS, a mando de Temer, em troca de seu silêncio. Janot tem somente até o dia 17 de setembro para apresentar denúncia contra Temer. Nessa data, ele transmitirá o cargo à nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Caberá ao ministro Edson Fachin, relato da Lava Jato, decidir se valida ou não a delação de Funaro. Caso isso ocorra, Janot poderá pedir a abertura de inquérito e denunciar o presidente.
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