Em sua delação premiada, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró apontou o pagamento de pelo menos R$ 564,1 milhões em propina em negócios da estatal e da BR Distribuidora, uma de suas subsidiárias. Cerveró também delatou nominalmente 11 políticos como beneficiários do esquema de corrupção. De acordo com O Globo, as cifras são ainda maiores, já que os valores não foram atualizados e não há informação de quanto foi pago em parte dos negócios.
A transação que rendeu maior repasse de propina, segundo ele, foi a compra pela Petrobras da petrolífera argentina Pérez Companc, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 2002. De acordo com Cerveró, o negócio rendeu US$ 100 milhões a integrantes do governo FHC. Algo em torno de R$ 354 milhões, conforme o câmbio da última sexta-feira.
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Segundo o Globo, o ex-diretor da Petrobras contou que recebeu US$ 300 mil (R$ 1 milhão) em 2007 por outra transação envolvendo a Pérez Companc. A mesma quantia, relatou ele, foi paga ao lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB.
De acordo com a reportagem, Cerveró disse que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, rendeu US$ 15 milhões (R$ 53,1 milhões) em propina para o ex-senador Delcídio Amaral, Fernando Baiano e o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, entre outros. Outros R$ 4 milhões foram pagos a Delcídio em razão da reforma da refinaria. Em 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que Pasadena causou um prejuízo de US$ 792,3 milhões (R$ 2,8 bilhões) à Petrobras.
Presidente do conselho administrativo da estatal à época do negócio, a presidente afastada Dilma Rousseff diz que foi induzida a erro por causa do relatório “tecnicamente falho” apresentado por Cerveró. O ex-diretor da empresa, no entanto, alega que a presidente sabia de todos os detalhes da compra da refinaria.
PublicidadeNestor Cerveró apontou, ainda, o pagamento de pelo menos US$ 24 milhões (R$ 84,96 milhões) em propina pela compra de sondas. Nesse caso, ele citou como beneficiários o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delcídio, entre outros.
Ainda segundo o Globo, o ex-diretor da Petrobras afirmou que a compra de blocos de petróleo em Angola gerou propinas de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões para a campanha presidencial do PT de 2006, quando Lula era candidato à reeleição. Ele indiciou outros R$ 26 milhões em propina para o senador Fernando Collor (PTC-AL), envolvendo contratos da BR Distribuidora. Os ex-presidentes negam envolvimento com irregularidades.
Leia a íntegra da reportagem em O Globo
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