A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta terça-feira(6), mais tempo para responder aos 82 questionamentos enviados pela Polícia Federal. Os advogados de Temer alegam que a PF teve mais tempo para elaborar perguntas e que o prazo de 24 horas é um tempo incompatível. Como argumentos, o presidente também alegou que leva mais tempo para responder do que para elaborar perguntas. Além disso, ressaltou que precisa se dedicar às suas tarefas na presidência.
“Em face da complexidade e da surpreendente quantidade dos quesitos formulados (82), entende-se ser absolutamente impossível e contrário ao princípio da razoabilidade exigir-se uma manifestação do Sr. Presidente da República no exíguo prazo de 24 (vinte e quatro) horas, lembrando-se que para a sua elaboração não foi consignado nenhum prazo”, diz o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que faz a defesa de Temer no caso.
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Com tal argumentação, o advogado pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, para prorrogar até o fim da semana, na sexta (9) ou no sábado (10). Na última semana, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Fachin decidiu que o depoimento de Temer deveria ser prestado por escrito, e determinou que o questionário deveria ser respondido em 24 horas.
As perguntas da PF estão relacionadas ao inquérito em que Temer é investigado por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa, com base na delação premiada da JBS.
Entre os questionamentos, os policiais federais querem saber o que Temer quis dizer com a frase “tem que manter isso, viu?”, dita por ele na conversa gravada pelo empresário Joesley Batista no momento em que o empresário falava de sua relação com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.
Também questionam o presidente se ele tem o hábito de receber empresários em horários noturnos sem prévio registro em agenda oficial. “Se sim, cite ao menos três empresários cm quem manteve encontros em circunstâncias análogas ao de Joesley Batista, após ter assumido a Presidência da República.”
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