As menções feitas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) na gravação produzida por Bernardo Cerveró foram “simples jactância”, ou seja, meras bravatas. É o que alegarão os advogados do ex-líder do governo no Senado na defesa prévia a ser apresentada ainda hoje (18) no Conselho de Ética. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Na gravação, o senador diz que exerceria sua influência política no STF para beneficiar o pai de Bernardo, Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, preso pela Operação Lava Jato. Delcídio diz que já havia conversado sobre o assunto com os ministros Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, e Dias Toffoli. O petista ainda falou sobre estratégias para convencer um terceiro ministro, Gilmar Mendes, a colaborar com o caso. Todos os ministros negaram ter conversado com Delcídio sobre Cerveró.
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De acordo com a defesa, “nem o senador acusado tem esse poder institucional nem os juízes daquela corte se sujeitam a esse tipo de influência, como se percebe da gravação”. “Os próprios julgadores da Suprema Corte declararam não ter recebido ou agendado com o senador qualquer reunião para tratar desse ou qualquer tema correlato”, completam os advogados Gilson Dipp, Luís Henrique Machado e Raul Amaral Júnior.
A defesa também confronta a acusação de quebra de decoro parlamentar que consta na representação contra o senador assinada pela Rede e PPS. Os partidos evocam o art. 5º do Código de Ética para justificar a cassação do mandato do parlamentar que praticar “irregularidades graves no desempenho do mandato ou de encargos decorrentes”. No documento, os advogados dizem que Delcídio “não atuava como parlamentar na entrevista, mas como amigo da família”, e sustenta que o senador e Bernardo mantinham “uma relação de confiança” que teria sido “construída ao longo de décadas de amizade com a família Cerveró”.
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