Pré-candidato à Presidência pelo PRB, o empresário Flávio Rocha se diz um entusiasta da maior operação anticorrupção do país, mas nas últimas quatro eleições doou dinheiro seu e de suas empresas para financiar candidatos que hoje estão na mira da Lava Jato.
Segundo a Folha de S.Paulo, Rocha e seu grupo empresarial gastaram R$ 585 mil com políticos e legendas envolvidos em acusações de corrupção ou caixa dois. Entre suas apostas eleitorais estiveram Henrique Eduardo Alves (MDB-RN), Rodrigo da Rocha Loures (MDB-PR), José Agripino Maia (DEM-RN) e Paulo Skaf (MDB-SP).
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Os repasses foram feitos por meio das empresas Guararapes Confecções e Lojas Riachuelo S/A e em doações pessoais do próprio empresário. Todas as contribuições foram registradas na Justiça Eleitoral.
De acordo com a reportagem de Wálter Nunes e José Marques, a Riachuelo transferiu também para contas de partidos. Na antevéspera do primeiro turno da eleição de 2014, a empresa repassou R$ 100 mil para o comitê financeiro do MDB do Rio de Janeiro. O partido era capitaneado pelo ex-governador Sérgio Cabral e pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje presos pela Lava Jato.
Procurado, Rocha não falou sobre as doações. Em nota, o coordenador jurídico de sua campanha diz que as contribuições dele e de suas empresas “sempre obedeceram a lei e os limites estabelecidos”: “Rocha e a empresa repudiam qualquer tipo de corrupção e uso de caixa dois em campanhas eleitorais”.