Em entrevista coletiva concedida agora há pouco, o governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT), afirmou que a oposição está sofrendo de "pesquisite aguda", pois acreditou que ao conseguir empurrar a eleição presidencial para o segundo turno começaria uma "onda Alckmin" em todo o país. Fato não comprovado pelas últimas pesquisas eleitorais.
No evento, que também contou com as presenças do governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), e do coordenador-geral da campanha à reeleição do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, Déda ainda disse que o que a oposição está fazendo é "ferir a democracia" ao tentar desmoralizar instituições públicas como a Polícia Federal (PF).
O governador se referiu ao encontro de líderes da oposição que ocorrerá hoje (16) para discutir as denúncias da revista Veja desta semana que acusou o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, de tomar providências para blindar Lula no escândalo da compra de um dossiê contra candidatos tucanos.
Rebatendo a denúncia da revista, o governador sergipano ressaltou que "o que é uma marca agora não foi nos oito anos do governo passado" que é investir pesado na resolução dos escândalos. "Nós não queremos que a PF aja rápido ou devagar conforme nossos interesses", disse.
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Além disso, Déda informou que amanhã (17) serão reunidos os presidentes dos partidos aliados para discutir medidas que neutralizem os ataques da campanha de Alckmin.
Por fim, Déda afirmou que "todos que estiverem envolvidos deverão sofrer as punições legais cabíveis".
"Governo marcado pela suspeição e leviandade"
Quanto ao governador baiano, ele disse que a principal preocupação dos eleitos nas eleições deste ano é que eles tenham a possibilidade de fazer um bom governo.
"Vou procurar Aécio Neves [governador tucano reeleito de Minas Gerais] e José Serra [governador eleito de São Paulo] para saber se o governo que eles querem é esse. Marcado pela suspeição e leviandade", afirmou Jaques Wagner.
Para ele, nenhum governante realmente preocupado com o Estado pode gostar dessa situação em que uma instituição pública como a PF, "que sempre esteve a serviço do povo", está sendo posta em dúvida.
Sobre a disputa presidencial, o baiano ressaltou que "Alckmin não tem como rebater as comparações [entre ele e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso]". "Acredito em partidos, não em messias", ironizou. (Renaro Cardozo)