Marcelo Nantes
Entre os 32 parlamentares eleitos por conta própria, dois se destacam. Pela primeira vez numa disputa, o advogado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), 30 anos, filho do ex-deputado federal Danilo de Castro, atual secretário de Governo de Minas Gerais, fez uma campanha sem agressões e enfrentou nomes conhecidos da política mineira, como Virgílio Guimarães (PT), Narcio Rodrigues (PSDB) e Júlio Delgado (PSB). Foi o mais votado do estado e o único dos 53 deputados mineiros a atingir o quociente eleitoral. Como explicar tal resultado? Sorte ou competência?
“Colei minha imagem na do governador (Aécio Neves). Defendi bandeiras dele, como o choque de gestão. E já havia participado da administração também. E o fato do meu pai ter uma base consolidada ajudou muito. Optei por não confiar muito na mídia e fiz corpo-a-corpo, que sempre faz diferença. Posso dizer com tranqüilidade que visitei mais de 100 municípios”, conta Rodrigo. Na prestação de contas, um outro detalhe esclarecedor. Ele declarou gastos de R$ 1,4 milhão, o segundo orçamento entre todos que disputaram a eleição para deputado federal em Minas.
Campanha mais modesta e não menos eficiente foi a da vereadora Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), de 25 anos. Em 2002, ela foi a oitava vereadora mais votada de Porto Alegre. Em outubro passado, a primeira entre 279 concorrentes gaúchos. Também deixou para trás figuras bastante conhecidas da política regional, como Luciana Genro (Psol), Beto Albuquerque (PSB), Eliseu Padilha (PMDB), Onyx Lorenzoni (PFL) e Henrique Fontana (PT).
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“Fiz uma campanha muito ousada, diferente do modelo tradicional", explica ela. "Adotamos uma comunicação utilitarista, com um programa eleitoral moderno. Recorremos à animação e criamos uma mascote, a Manuelita. Ouso dizer que minha candidatura foi a que mais usou internet. Gastamos aproximadamente R$ 360 mil e destinamos quase a metade para a confecção de panfletos impressos. Poucos gastaram menos do que nós”.
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