O ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (12 de setembro de 1902 – 22 de agosto de 1976) nasceu na cidade mineira de Diamantina, onde foi criado. Filho de um caixeiro-viajante e de uma professora primária, Juscelino teve uma infância pobre, mas conseguiu vencer na vida. Formou-se em medicina, fez especialização no exterior – em Berlim e Paris - e, aos 30 anos, era um profissional bem-sucedido.
Entrou na vida política em 1934, quando foi nomeado chefe de gabinete do então interventor federal em Minas Gerais, Benedito Valadares. A esposa de Juscelino, Sarah Lemos Kubitschek, fazia parte de uma tradicional família de políticos mineiros e Juscelino acabou se enveredando de vez por esse caminho. Sempre ligado ao PSD, JK foi eleito deputado federal em 1934 e em 1945. Entre os dois mandatos, foi nomeado prefeito de Belo Horizonte, por Benedito Valadares, que na época era governador de Minas Gerais.
Em 1950, Juscelino elegeu-se governador por seu estado natal e chegou à Presidência da República seis anos depois, sendo eleito por 36% dos votos. Durante o mandato, Juscelino construiu a cidade de Brasília, que passou a ser a nova capital da federação. Com um plano de governo ambicioso, JK tinha o objetivo de desenvolver e modernizar o país, a partir da expansão industrial e da integração da população de todas as regiões. O êxito em completar seus objetivos fez com que o período em que esteve no poder fosse lembrado como os "anos dourados".
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Ao final do mandato de presidente, Juscelino concorreu ao Senado pelo estado de Goiás e foi eleito. Ele tinha a pretensão de voltar ao Palácio do Planalto em 1965, mas foi impedido pelo golpe militar. Em 1964, Juscelino teve os direitos políticos cassados pelos militares e dias depois foi para Madrid (Espanha).
Em entrevista a uma revista da época, citada no livro de Cláudio Bojunga, Juscelino desabafou: "Saí do Brasil como um protesto, em face do mundo, e também por não encontrrar ambiente de segurança que me permitisse defender-me das calúnias e infâmias".
O ex-presidente regressou ao Brasil em 1965, quando foi interrogado pelos militares, mas deixou o país no mesmo ano, temendo ser preso e torturado. Mesmo fora do país, no entanto, JK continuou em contato com os opositores do regime ditatorial.
Por diversas vezes fez visitas surpresas ao país e voltou de vez no início dos anos 70. Com o tempo foi perdendo a força para lutar, embora nunca tenha perdido a esperança na política, mas as manobras dos ditadores militares o impediram de voltar a concorrer.
Em 20 de agosto de 1976, JK encontrou-se com o deputado Ulysses Guimarães, então presidente nacional do PMDB, no aeroporto de Brasília, e manifestou a vontade de comprar uma fazenda para criar gado. Dois dias depois, Juscelino morreu em um acidente automobilístico na via Dutra.
Apesar de nada ter sido provado, até hoje existem pessoas que descofiam que o acidente tenha sido, na verdade, um atentado. A morte de JK foi coberta de mistérios, que começaram treze dias antes do acidente. No dia 7 de agosto, correu pelo país a notícia de que Juscelino havia morrido em um acidente de carro. Repórteres e amigos correram à fazenda de JK em Luziânia (GO) à procura de informações e o encontraram vivo.
Uma comissão especial da Câmara chegou a investigar, em 2000, a origem da morte de Juscelino, cercada de teses conspiratórias devido à linha-dura do regime militar. O relator da comissão, deputado Osmânio Pereira (PTB-MG), concluiu à época: "Talvez alguns fiquem desapontados, mas a verdade não pode ser distorcida em prol de um argumento emocional. A morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek foi uma fatalidade, um acidente".