O índice de concordância com a sentença varia: é maior entre os que têm 60 anos ou mais (44%) e entre pessoas com o ensino fundamental completo (41%) e cai entre aqueles com até 34 anos (23%) e com ensino superior (16%). O resultado mostra que, quanto mais jovem e com maior acesso à educação, aumentam as chances de compreensão sobre o papel da mulher da sociedade.
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A dimensão da cidade em que os entrevistados vivem também influencia na percepção do tema: a taxa de concordância com a relação entre vestuário e casos de violência aumenta entre moradores de cidades com até 50 mil habitantes (37%).
“A pesquisa revelou que uma grande parcela da população considera as próprias mulheres vítimas de agressão sexual como responsáveis por não se comportarem de acordo com uma ‘mulher respeitável’. A perpetuação da ideia de controle do comportamento e do corpo das mulheres faz com que a violência sexual possa ser tolerada”, diz o documento.
A pesquisa também mostra que 65% da população tem medo de sofrer violência sexual, porém, quando o dado é discriminado por sexo, o índice sobe para 85% entre as mulheres, ante 46% dos homens. Outro dado do relatório mostra que 42% dos homens concordam com a seguinte afirmação: “Mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”, enquanto 63% das mulheres discordam.
A resposta se dá um cenário em que, segundo dados oficiais, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no Brasil, totalizando 50 mil casos de violência por ano. Especialistas estimam, porém, que as estatísticas podem ser bem maiores, uma vez que apenas 10% dessas agressões são registradas. E, de acordo com registros do SUS, em 70% dos casos de estupro, a vítima é criança ou adolescente.
Encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a pesquisa entrevistou 3.625 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 1º e 5 de agosto em 217 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
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