Ricardo Ramos |
Embora venham avançando sobre a política nacional desde a Assembléia Constituinte de 1988, os evangélicos formalizaram seu lobby apenas em setembro de 2003, quando criaram uma frente parlamentar, com 61 integrantes, para atender aos interesses das mais variadas denominações religiosas que compõem o segmento, que reúne 26 milhões de brasileiros. Sem contorno ideológico definido, a frente evangélica encontra representantes em 14 partidos. A maioria dos parlamentares é ligada à Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo o coordenador da bancada, Adelor Vieira (PMDB-SC), as diferenças internas são superadas com o discurso conciliador da defesa da família, da moral e dos bons costumes. "Nossa preocupação essencial é com a família: queremos saber como está a educação dos jovens, a quais programas de TV eles têm assistido, tirá-los do caminho das drogas", afirma o deputado. Leia também Assim como os católicos, boa parte da bancada evangélica trabalha para atender aos interesses de seus redutos religiosos, como o atendimento de emendas parlamentares individuais, explica o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Ricardo Mariano. É nesses redutos que eles conseguem o grosso de seus votos, afirma o especialista em Sociologia da Religião. "Acredito que 60% dos meus votos vieram dos meus fiéis", atesta Adelor, deputado mais votado em Santa Catarina. Segundo ele, não há por que se constranger ao pedir voto aos seus seguidores. A força e a divergência desses parlamentares se manifestam nas votações que permitem o hasteamento de bandeiras morais. Nos demais casos, a tendência dos integrantes da bancada é seguir a orientação do respectivo líder partidário. |
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