Nas eleições municipais da capital paranaense, Curitiba, o cenário indica que o próximo prefeito deve ser eleito ainda neste domingo (5). Pesquisas de opinião mostram que o candidato do PSDB, Beto Richa, tem percentuais de intenções de voto suficientes para ganhar o pleito já no primeiro turno. O PT, no entanto, corre por fora para angariar votos e forçar um segundo turno entre os dois partidos.
Segundo o deputado paranaense Dr. Rosinha (PT), a perspectiva do partido é atingir o alvo para a candidatura da petista Gleisi Hoffmann, mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A coligação “Curitiba para Todos” (PT-PHS-PSC-PTC-PRB-PMN) trabalha para alcançar os 27% dos votos. “Trabalhamos para ir ao segundo turno. Acredito que conseguiremos”, declarou Dr. Rosinha ao Congresso em Foco.
Os planos de segundo turno do PT, no entanto, esbarram em dois obstáculos. O primeiro é o baixíssimo índice de rejeição do atual prefeito – segundo o Ibope é de 7%, percentual inferior à média nacional, que varia de 13% a 26%. O segundo, a pouca aceitação dos eleitores quanto aos demais partidos que concorrem às eleições municipais.
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De acordo com a pesquisa do instituto Ibope, realizada no dia 22 e 24 de setembro, os candidatos do PMDB, PTB, Psol e PCdoB atingem 1% ou menos das intenções de votos cada um, enquanto a candidata petista está com 16% das intenções e o candidato tucano se isola com 73%.
Previsão semelhante é feita pelo instituto Datafolha, em que apenas o candidato Reitor Moreira (PMDB), que está na terceira posição no ranking, alcança 2% das intenções, enquanto os demais ficam no 1% ou menos. Gleisi, no Datafolha, está com 20% das intenções e Beto Richa alcança 68%.
Os petistas temem que, sem aceitação dos eleitores para os demais partidos, os votos se concentrem no candidato tucano, eliminando a chance de um segundo turno. De acordo com a legislação eleitoral, a eleição será decidida em primeiro turno se algum dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos válidos. De acordo com o Datafolha, levando em conta os votos válidos, ou seja, aqueles que excluem os votos brancos e nulos e indecisos, o tucano está com 74%.
“O maior problema que temos hoje do PT em Curitiba é que os demais partidos não sensibilizaram os eleitores. Gostaria que os votos migrassem para a nossa candidata. Sabemos da dificuldade”, diz Rosinha. Segundo o parlamentar, a ênfase da campanha da candidata Gleisi está nas áreas de saúde e educação. O PT nunca esteve à frente da prefeitura de Curitiba.
Conquista
Enquanto os petistas trabalham para forçar um segundo turno, os tucanos já comemoram o sucesso nas eleições para prefeito de Curitiba, com pretensão de vitória para a coligação “Curitiba, o Trabalho Continua” (PSDB-PDT-PPS-PSB-DEM-PSL-PTN-PP-PR-PRP-PSDC). Entusiasmado com as pesquisas, o deputado paranaense Gustavo Fruet (PSDB) afirma que “há muito tempo, Curitiba não tinha um resultado assim”. “São 65% a 70% dos votos válidos em favor do atual prefeito. O cenário é muito favorável para o PSDB”, comemora Fruet.
Para o parlamentar, as disputa das eleições na capital paranaense não é partidária. “Essa é uma eleição de situação. Os prefeitos bem avaliados estão se mantendo no poder. Não é uma campanha político-partidária”, diz Fruet. Segundo o parlamentar, esse cenário se repete em várias outras capitais e municípios do país.
De acordo com as pesquisas, a maioria dos 20 prefeitos que tentam reeleição nas capitais brasileiras, está na liderança nas intenções de votos. Segundo levantamento do Congresso em Foco, apenas Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo, e Serafim Correa (PSB), em Manaus, não despontam nas pesquisas.
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