O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a ter acesso a trechos do processo de investigação contra ele que tramitava em sigilo na Suprema Corte, por conta das investigações da Operação Lava Jato,.
Entre os trechos que eram mantidos sob sigilo, está o relacionado ao pedido de busca e apreensão de arquivos de computadores da Câmara, determinado pela Justiça. Durante essa semana, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação sigilosa de busca de apreensão de documentos na Câmara. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, resolveu ingressar com pedido de busca e apreensão com receio de que eventuais provas contra o presidente da Casa pudessem ser destruídas.
O foco da operação sigilosa realizada essa semana eram registros do sistema de informática da Câmara. A ação, no entanto, foi feita no departamento de informática e não chegou ao gabinete de Cunha. Durante a ação da PF, os peritos apenas fizeram cópias de determinados registros do departamento de informática. Depois o material foi entregue a um oficial de justiça que levou os dados ao Supremo.
A investigação contra Cunha apura suspeitas de que partido do gabinete de Cunha os dois requerimentos usados para pressionar Toyo e Mitsui, empresas com contratos com a Petrobras. O deputado nega ser autor dos pedidos, assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito (RJ).
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Durante essa semana, Cunha revoltou-se com a ação da PF. “O que foi feito aqui foi absolutamente desnecessário. Bastava mandar um oficio, se mandaria tudo o que se pediu, não precisava nada disso. Vir aqui, daquela forma como vieram”, analisou Cunha que complementou. “São circunstâncias que mostram o desespero do procurador de tentar alguma coisa que possa tentar me incriminar”.