O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou, na manhã desta quarta-feira (5), informações veiculadas nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo segundo as quais ele teria se reunido com partidos de oposição na segunda-feira (3) à noite para discutir uma manobra para dar seguimento aos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Segundo os jornais, Cunha pretende rejeitar os 13 pedidos de impeachment contra Dilma que estão na Mesa Diretora da Câmara. Mas, em uma outra frente, ele já teria articulado previamente para que integrantes de legendas como o Solidariedade, o PSDB ou o DEM ingressem com recursos visando que os pedidos de afastamento da presidente sejam analisados em plenário.
Na manhã desta quarta, entretanto, Cunha negou que tenha havido reunião com o objetivo de tratar desse assunto ou que tenha pensado uma manobra do gênero. “Não fiz manobra nenhuma e não combinei procedimento com quem quer que seja. A forma de tratar isso tem que ser séria, conforme a Constituição”, disse ele. Ele admitiu, porém, ter sido consultado por deputados sobre a tramitação dos pedidos de impeachment apresentados à Câmara.
O presidente informou que os pedidos de impeachment em curso estão cumprindo prazos e alguns até deverão ser arquivados hoje, por não terem cumprido requisitos técnicos. Outros, acrescentou, vão passar por análises técnicas e procedimentos seguindo o regimento da Câmara e a Constituição.
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Cunha destacou, no entanto, a hipótese de serem apresentados recursos aos despachos dele contrários à abertura de processo de impeachment. “A qualquer despacho que eu der cabe recurso e o recurso vai ao Plenário. Mas não é o recurso de um único deputado. O recurso ao Plenário tem que ter apoiamento de líderes que representem a maioria. Não é fácil votar um recurso contra um despacho meu”, disse.