O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) pediu, mais uma vez, que o inquérito que investiga a negociação de propina de R$ 10 milhões para o MDB seja redistribuído a outro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito, aberto com base nas delações dos ex-executivos da empreiteira, investiga os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) e está sob a relatoria do ministro Edson Fachin, responsável pelos casos da Operação Lava Jato no Supremo. Nesta semana o ministro aceitou incluir o presidente Michel Temer (MDB) na investigação.
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Cunha não é investigado neste inquérito, mas foi apontado como beneficiário pelos delatores da Odebrecht. Os advogados do deputado cassado pedem, pela segunda vez, que o inquérito seja redistribuído para outro ministro. Para a defesa de Cunha, a investigação sobre o acerto de propina no valor de R$ 10 milhões para o MDB, em um jantar no Palácio do Jaburu, não tem relação com as investigações da Lava Jato. O dinheiro seria destinado às campanhas de emedebistas em 2014.
A defesa já havia feito pedido semelhante, negado pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
A investigação
O inquérito apura o pagamento de propinas pela empreiteira Odebrecht para receber, em 2014, tratamento especial na Secretaria de Aviação Civil, que foi comandada por Moreira Franco e Eliseu Padilha entre 2013 e 2015.
Segundo delatores da Odebrecht, o valor foi acertado em um jantar oferecido no Palácio do Jaburu pelo então vice-presidente Michel Temer. A investigação foi aberta em abril do ano passado, após as delações dos executivos da empreiteira.