Os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além do doleiro Lúcio Funaro – apontado como operador do PMDB em esquemas de corrupção – e outras cinco pessoas foram denunciados por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Norte (MPF-RN) acusa o grupo de integrar um esquema que repassou mais de R$ 4 milhões oriundos de propina à campanha de Henrique Alves ao governo do estado, em 2014.
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Além do pedido de condenação dos acusados, o MPF também pede uma reparação aos cofres públicos de R$ 4,2 milhões e o impedimento de que eles possam assumir cargos públicos pelo dobro do tempo de prisão a que forem condenados.
De acordo com a denúncia, os acusados receberam propina de empresas que pediam financiamentos na Caixa Econômica Federal. O responsável por repassar o dinheiro era Funaro, que atuava como operador do PMDB. O doleiro firmou acordo de delação premiada com a procuradoria-geral da República para detalhar o esquema e, por isso, os procuradores que fizeram a denúncia pediram que as penas que seriam aplicadas a ele pelo crime de lavagem de dinheiro sejam substituídas pelas acordadas entre o delator e a PGR.
Cunha também foi acusado por lavagem de dinheiro e pode ser condenado a até 10 anos de prisão. Ele já foi condenado na Operação Lava Jato e recentemente teve sua pena de prisão reduzida em seis meses, passando de 15 anos e 4 meses para 14 anos e 10 meses. Já Henrique Alves, que também está preso, pode pegar até 12 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os outro cinco acusados são ligados ao potiguar.
Quase metade dos valores pagos em propina a Henrique Alves por meio de caixa dois teria sido paga pela Odebrecht. Os delatores da empreiteira já haviam afirmado em seus depoimentos que a propina de R$ 2 milhões fora acertada em uma reunião dentro da Câmara dos Deputados, no início de agosto de 2014. Cunha também teria participado do encontro entre os executivos e o então candidato.
A defesa de Cunha afirmou que a denúncia apresentada pelo MPF é “aventureira”, uma vez que se baseia nas afirmações de “um delator já conhecido por suas inúmeras mentiras”, referindo-se a Funaro, mas sem citar o nome do operador. Já os advogados de Funaro afirmam que ele continuará colaborando com a Justiça “de forma clara e efetiva”. A defesa de Henrique Alves alega que não poderia se manifestar por ainda não ter sido notificada sobre a denúncia.
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