O ex-deputado fluminense fez exame de corpo de delito por volta das 10h desta quinta-feira (20), no Instituto Médico Legal (IML) da capital paranaense, onde ficou por cerca de 20 minutos. À imprensa, de plantão no local, Cunha deu bom dia e seguiu para os procedimentos de praxe. Ao deixar o laboratório, falou em voz baixa o que já havia declarado por meio de nota: “Foi uma decisão absurda”.
Leia também
Leia:
Cunha, sobre prisão: “Decisão absurda”; presidente do PMDB, Jucá evita comentar
Nos primeiros momentos de sua prisão, Cunha agora é temido pelo que pode revelar em um eventual acordo de delação premiada, cujo conteúdo ele reunia para publicação em livro. Ainda não há data para o seu depoimento formal.
Leia também:
Cassado, Cunha ameaça revelar segredos políticos
Preso mais recente da Lava Jato na carceragem da PF, Eduardo Cunha divide as atenções dos agentes com figuras como o doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores do esquema. Também estão presos no local o ex-ministro Antonio Palocci e o empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa que leva seu sobrenome e é uma das líderes do sistema de cartel e pagamento de propina que desviou bilhões da Petrobras. Youssef e Marcelo estão presos desde o ano passado.
Entre outras acusações, Cunha é suspeito de ser beneficiário de propina originada em contratos da estatal petrolífera para exploração de petróleo em Benin (África), além de lavar dinheiro em contas secretas na Suíça e nos Estados Unidos, em movimentação financeira milionária e, obviamente, sem declaração à Receita Federal.
Depois de ser cassado em setembro e, consequentemente, perder o foro privilegiado, Cunha passou a ter uma de suas ações penais analisada por Moro em Curitiba – a outra seguiu para o Rio de Janeiro, ambas por determinação do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O processo contra Cunha foi retomado na última semana e, na segunda-feira (17), Moro o intimou e fixou dez dias para defesa prévia.