O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, informou na tarde desta terça-feira (28) que, após verificação no sistema de computadores da Casa, ficou claro que o registro que aparece no seu nome é de 30 dias após a data do requerimento registrado pelo gabinete da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ).
Reportagem publicada nesta terça-feira pela Folha de S. Paulo aponta Eduardo Cunha como o autor de um dos dois requerimentos apresentados em 2011, pela então deputada Solange Almeida, que pediam informações ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério de Minas e Energia sobre contratos das empresas Mitsui com a Petrobras. Cunha e a deputada negaram as informações da reportagem.
Eduardo Cunha disse que acha “suspeito” que o único documento registrado com o nome de parlamentar é o dele; os outros todos que constam nos arquivos da Câmara são registrados com o nome do assessor que faz o registro. Segundo ele, isso pode sugerir que tenha havido fraude no sistema de informática, o que está sendo investigado.
Leia também
Intimidação
Em delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobra, o doleiro Alberto Youssef afirmou que o objetivo dos pedidos de informação dos requerimentos era intimidar a empresa Mitsui e forçá-la a voltar a pagar propinas. A informação foi desmentida, em seguida, pelo presidente da Câmara à CPI da Petrobras.
Investigação
Eduardo Cunha informou que o diretor-geral da Câmara está conduzindo uma investigação para saber o que ocorreu com os documentos. “Eu sei que o fato concreto é a prova que o requerimento foi feito pela deputada Solange; isso está certificado pelas máquinas que foram autenticadas e entregues a vocês. E o fato que é a base da matéria de hoje da Folha de São Paulo é um documento de 30 dias depois do requerimento da deputada Solange. Isso é o fato, o resto nós vamos investigar.”
Mais sobre a Operação Lava Jato
Publicidade