Cunha disse aos lideres governistas e oposicionistas que tinha informações seguras de que Camargo mudaria seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal para acusá-lo.
Antes de delatá-lo ao juiz federal, o lobista teria feito a mesma afirmação a Procuradoria-Geral da República. Segundo reportagem, a expectativa dos investigadores do caso é de que, diante dos novos elementos, o deputado já possa ser denunciado no próximo mês ao Supremo Tribunal Federal.
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Na reunião, Cunha responsabilizou o Planalto por seu envolvimento no escândalo e disse ser vítima de uma “armação”. Ele também defendeu que seu enfraquecimento favoreceria a presidente Dilma Rousseff, que tenta recuperar a popularidade diante da crise.
De acordo com um dos deputados presentes, o presidente da Casa também disse que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pressionou Camargo para que mudasse seu depoimento. Cunha ainda se defendeu ao afirmar que não tinha envolvimento com o esquema de corrupção da Petrobras, classificando de mentirosas as acusações do lobista.
O deputado fluminense tenta anular a delação de Camargo no âmbito do STF. Além do lobista, o doleiro Alberto Youssef acusou Cunha de receber propinas.
À reportagem, o peemedebista disse que não obteve informações privilegiadas. “Recebi a informações por várias fontes diferentes e relatei. Recebi informes de boatos que se confirmaram depois. Não recebi informação com privilégio de quem quer que seja”, disse ele.