Em nota à imprensa, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) defendeu a manutenção dos militares no projeto Cimento Social, desenvolvido em parceria pelos ministérios da Defesa e das Cidades no Morro da Providência, no Rio. No último fim de semana, três jovens da comunidade foram entregues por militares a traficantes de uma facção rival à que domina a Providência. Os corpos dos três rapazes, que tinham 17, 19 e 24 anos, foram encontrados num lixão da Baixa Fluminense, no último domingo.
Pré-candidatos à prefeitura do Rio criticaram ontem o uso de militares no projeto, que prevê a recuperação das fachadas e dos telhados de 782 casas da comunidade, e atribuíram a iniciativa às ambições eleitorais de Crivella, que também pretende disputar as eleições de outubro.
Em nota divulgada ontem, o Comando do Exército negou que a participação dos militares no projeto tenha motivação político-eleitoral. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, visitou ontem o morro, pediu desculpas aos moradores, prometeu punição exemplar aos culpados, mas descartou a retirada imediata das tropas (leia mais).
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Além de lamentar a morte dos jovens, Crivella classificou o episódio como “fato isolado” e defendeu a manutenção do projeto. (Edson Sardinha)
Leia a íntegra da nota:
“Nota à imprensa:
Todo o país lamenta a morte destes 3 jovens. O Exército lamenta, o governo estadual lamenta, o governo federal lamenta. Eu, também, naturalmente, lamento.
O Exército imediatamente tomou as medidas necessárias de maneira transparente, apurando as responsabilidades de forma rápida e eficiente.
Este episódio é um fato isolado e não pode prejudicar um projeto importante para o Rio de Janeiro, que está beneficiando 780 famílias de uma comunidade carente e centenária.
O trabalho social do Exército, no Morro da Providência, deve ser preservado. É importante que se diga que o Ministério das Cidades e o Comando do Exército estão ajudando o Rio de Janeiro a superar suas dificuldades.
Senador Marcelo Crivella”