O candidato a prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB) divulgou vídeo neste sábado em que nega ter sido preso e dá sua versão para as fotos publicadas pela revista Veja em que aparece fichado. Crivella confirmou a ação e diz que foi à delegacia para identificação em um procedimento feito, segundo ele, para constrangê-lo.
O episódio ocorreu em janeiro de 1990, quando o hoje senador trabalhava na Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) e era também o engenheiro responsável pela construção dos templos da Igreja Universal, da qual é bispo licenciado. Ele conta que a confusão começou quando tentou tirar “invasores” do terreno da Universal.
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“Os invasores não deixaram eu entrar. Deu uma confusão danada e foi todo mundo pra delegacia. Lá, o delegado resolveu identificar a todos, por isso, essa foto que você viu na capa. Mas não deu processo, nada, absolutamente nada. Pelo contrário, eu é que iniciei um processo contra ele por abuso de autoridade”, disse na gravação publicada em seus canais na internet. “Eu repito, nunca fui preso, nunca respondi nenhum processo. E posso provar com todas as certidões que apresentei no momento que me inscrevi para ser candidato a prefeito do Rio de Janeiro. Fiquem tranquilos, eu sou ficha limpa. Um grande abraço”, declarou.
De acordo com Veja, o inquérito ficou desaparecido por 25 anos. Segundo a revista, o documento aponta que, acompanhado de homens armados, Crivella tentou desalojar com ameaças um vigia e a família dele do terreno da igreja. Conforme a reportagem, Crivella passou o dia na prisão e só saiu após se comprometer a voltar no dia seguinte.
A revista afirma que o inquérito não estava em arquivo público, mas na casa do senador licenciado, que resolveu mostrá-lo ao ser confrontado com as fotos em que aparece, de frente e de lado, fichado. Ainda de acordo com Veja, o homem que ocupava o terreno reivindicava a posse da área e contou, no inquérito, por meio de seu advogado, que Crivella e seus seguranças armados arrombaram o portão com um pé de cabra e ameaçaram a família dele. O vigia já faleceu.
Crivella confirma a tentativa de retirar a família, mas nega ter feito uso de violência. “Estava revoltado, acordei de manhã, peguei os caminhões que a gente tinha e fui pra lá. Arrebentei aquela cerca, entrei lá dentro, comecei a tirar as coisas dos caras e botei em cima do caminhão. Mas não toquei nas pessoas. Tinha uns dez homens comigo”, disse à revista.
O senador disse que o caso foi arquivado um ano depois e o inquérito foi entregue a ele em mãos pelo próprio delegado do caso que, segundo Crivella, afirmou ter se arrependido de tê-lo fichado e fotografado. A reportagem ressalta que a Universal ameaçava processá-lo por abuso de autoridade. O delegado já faleceu.
Confira a íntegra das declarações em vídeo de Crivella:
“Alô, meus amigos. Vocês devem estar se perguntando sobre a capa da revista Veja. Vou esclarecer. Nunca fui preso. O que ocorreu é que há 26 anos atrás, como engenheiro, fui chamado para fazer inspeção na estrutura de um muro que tinha risco de cair e machucar as pessoas. O terreno era da Igreja Universal, mas estava invadido e os invasores não deixaram eu entrar. Deu uma confusão danada e foi todo mundo pra delegacia. Lá, o delegado resolveu identificar a todos, por isso, essa foto que você viu na capa. Mas não deu processo, nada, absolutamente nada. Pelo contrário, eu é que iniciei um processo contra ele por abuso de autoridade. Eu repito, nunca fui preso, nunca respondi nenhum processo. E posso provar com todas as certidões que apresentei no momento que me inscrevi para ser candidato a prefeito do Rio de Janeiro. Fiquem tranquilos, eu sou Ficha Limpa. Um grande abraço.”
Revista divulga fotos inéditas de Crivella preso e fichado há 26 anos