A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) fez um pedido inusitado ao Supremo Tribunal Federal (STF): participar da festa de aniversário do pai, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Cristiane está impedida, por decisão do ministro Edson Fachin, de ter contato com outros investigados na Operação Registro Espúrio. O gabinete de Cristiane na Câmara e os imóveis onde ela mora no Rio e em Brasília foram vasculhados pela Polícia Federal (PF) na última terça-feira (12) também por determinação de Fachin na segunda fase da operação.
Alvo da Registro Espúrio desde sua deflagração, o presidente nacional do PTB comemora seu aniversário de 65 anos, nesta quinta-feira (14), em sua residência no município de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. O pedido para reencontrar o pai foi incluído na petição apresentada pela defesa de Cristiane na noite dessa quarta pela suspensão das medidas cautelares decretadas por Fachin.
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Além de estar proibida de manter contato com investigados da operação, a petebista está impedida de frequentar o Ministério do Trabalho, a não ser que haja autorização do Supremo e que a visita seja imprescindível para o exercício do mandato. A deputada alega que ainda não foi indiciada e solicita a relação dos nomes com os quais não pode estabelecer relações enquanto estiverem em vigor as medidas cautelares.
Cristiane entrou para a lista dos investigados da Registro Espúrio após a Polícia Federal encontrar troca de mensagens em aplicativo de celular entre ela e o ex-coordenador-geral de registro sindical no ministério Renato Araújo. De acordo com os policiais e os procuradores, os diálogos indicam que ele atuava como “braço direito” da deputada na pasta.
“Além de orientar o servidor (Renato) em relação a como agir na análise de pedidos, há inclusive mensagens que tratam da cobrança de valores previamente combinados”, afirmou a Procuradoria Geral da República.
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A operação investiga um esquema de corrupção na concessão de registros sindicais. Além de Cristiane e de Roberto Jefferson, também estão na mira dos policiais os deputados Jovair Arantes (PTB-GO), Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Wilson Filho (PTB-PB). Eles são suspeitos de integrar o núcleo político da organização criminosa que atuava na pasta.
De acordo com a PF, havia cinco núcleos de atuação no esquema: administrativo, político, sindical, captador e financeiro. Os parlamentares, conforme as investigações, faziam parte do segundo grupo.
“Também são mencionados, como exemplo, das fraudes, pagamentos que envolviam valores que chegaram a R$ 4 milhões pela liberação de um único registro sindical. Desde 2017, parte dos integrantes do grupo criminoso responde a uma ação por improbidade administrativa em andamento na Justiça Federal, em Brasília”, diz a PF.
Por meio de nota, a deputada se limitou a dizer que recebe com “surpresa” a diligência da PF, e que espera ver seu nome “limpo”.