O economista Newton Marques, membro do Conselho de Economistas do Distrito Federal, sugere ao consumidor brasileiro que tenha prudência na hora de gastar dinheiro diante da atual crise na economia dos Estados Unidos. “Tem gente pensando em fazer viagem. O momento é de fazer reserva e esperar”, avalia.
Ontem, o Lehman Brothers, quarto maior banco americano de investimentos, pediu concordata (benefício concedido por lei para evitar ou suspender a declaração de falência). A notícia provocou a maior queda nas bolsas de valores do mundo desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Marques explica que o primeiro efeito dessa crise na percepção do brasileiro comum será a valorização do dólar em relação ao real. Nessa segunda-feira (15), o dólar subiu 1,74% e fechou o dia a R$ 1,81. Além disso, um outro reflexo da crise econômica americana, dessa vez para uma parcela menor de brasileiros, diz respeito aos que aplicam na Bolsa de Valores. Ontem, apenas as ações da Petrobras e da Vale caíram cerca de 10%.
Conforme ressalta Marques, caso a recessão nos Estados Unidos seja prolongada, os norte-americanos deixarão de comprar produtos brasileiros e de realizar investimentos no Brasil. “Crises bancárias são seriíssimas. A questão é: a atividade econômica dos EUA e da Europa cai ou não cai?”, analisa o economista.
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Newton Marques explica que o posicionamento do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, é “natural” diante dos fatos. Ontem, ambos ressaltaram que a economia brasileira está pronta para enfrentar as turbulências do cenário econômico internacional.
“Estranho seria se eles dissessem algo diferente”, afirma o economista, explicando que as economias “são frágeis”. “Se os grandes barcos estão abalados, imagine os pequenos…”, finaliza. (Rodolfo Torres)
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