Há um ano, a crise hídrica responsável pelo racionamento que já atinge todas as regiões administrativas do Distrito Federal (DF) sequer era esperada pelos órgãos responsáveis pelo abastecimento das residências e prédios públicos de Brasília. Na época, o nível da barragem do Descoberto marcava 100% da sua capacidade e, de acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), a cidade não teria problemas de falta de água.
Entretanto, o cenário mudou depois de um intenso período sem chuvas e com o crescimento do volume de água utilizado pelos moradores do DF. A partir de projeções feitas pela Caesb, nos últimos seis anos, o consumo per capita de água aumentou, em média, 16% ao ano. A soma desses dois fatores fez com que o consumo de água dos brasilienses ficasse acima da marca ideal traçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto a OMS sugere que uma pessoa não ultrapasse a utilização de 110 litros por dia, os moradores de Brasília gastam 175,1 litros/dia.
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Diante da dificuldade de adequar a quantidade de água potável disponível com o crescimento urbano e da falta de chuvas na região, o coletivo Café com Política vai promover, no próximo dia 29, um evento que discutirá as implicações da crise hídrica no DF. A ideia é colaborar com a conscientização dos cidadãos sobre as dificuldades enfrentadas pelos moradores da capital.
O debate terá a presença de Gustavo Lima, engenheiro ambiental e vice-presidente da Associação de Engenheiros Ambientais de Brasília, e André Lima, Secretário de Estado do Meio Ambiente. O encontro vai durar três horas e os participantes poderão tirar dúvidas e questionar os convidados. Além dos debates, serão realizadas atividades de educação cidadã e cultura empreendedora.
O evento, coorganizado pelo projeto DF em Movimento, vai ser realizado no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) de Ceilândia das 9h às 12h. A iniciativa tem o apoio do Congresso em Foco.