Os ministros da Fazenda e Comércio do Brasil, Índia e África do Sul serão convocados para uma reunião de urgência para discutir medidas conjuntas que possam evitar os efeitos nocivos da crise financeira nesses países. A decisão foi tomada e anunciada nesta quarta-feira (15) pelos presidentes das três nações emergentes.
No início da manhã, o presidente Lula havia afirmado que os países emergentes deveriam agir conjuntamente para não serem “arrastados” pela crise internacional. Lula participa em Nova Delhi, capital da Índia, da 3ª Reunião de Cúpula do Ibas – grupo político que reúne Brasil, Índia e África do Sul.
“Corremos o risco de ser vítimas de uma crise financeira gerada nos países ricos. Isso não é justo. Nossos países reconstruíram suas economias com grande esforço. Graças a isso, vivem uma fase excepcional de expansão e de equilíbrio macroeconômico. É inadmissível, assim, que venhamos a pagar pela irresponsabilidade de especuladores que transformaram o mundo em um gigantesco cassino”, disse Lula em seu discurso.
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Euforia
Após uma semana de queda histórica nas bolsas de valores de todo o mundo (leia), o mercado voltou a reagir positivamente. Na tarde de ontem (14), as bolsas de valores européias fecharam em alta. Paris teve alta de 2,75%, Londres ganhou 3,23% e Frankfurt, alta de 2,70%. A bolsa de Nova Iorque, no entanto, fechou em queda, depois de abrir em forte alta: o Dow Jones perdeu 0,82% e o Nasdaq 3,54%.
No Brasil, a Bovespa encerrou o dia em alta modesta. Após registrar no pregão de segunda-feira a maior elevação desde janeiro de 1999, a Bolsa de Valores de São Paulo abriu em alta de quase 7% nesta terça. O índice Ibovespa subiu 1,81%.
A reação positiva do mercado financeiro se deu após “terapias de choque” adotadas por líderes de países europeus e americanos. Entre as medidas apresentadas está um plano de resgate anunciado pelo ministro do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, que disse no final do dia de ontem que o Estado norte-americano irá intervir no capital de bancos, com ajuda de 250 bilhões de dólares.
Em entrevista a agências de notícias, o presidente do Eurogrupo (formado por 15 países da União Européia), Jean-Claude Juncker, ressaltou que apesar da euforia positiva dos mercados, a crise continua. “Não há razão para se declarar o fim da crise e de mergulhar num otimismo exagerado”, declarou Juncker. (Renata Camargo)