O presidente da CPI do Apagão Aéreo, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), pediu hoje (22) para o ministro da Defesa, Waldir Pires, conversar com o presidente Lula no sentido de evitar comentários dos ministros de outras áreas a respeito da crise aérea.
"Pedimos ao ministro que converse com o presidente da República, solicitando aos outros ministros que, pelo amor de Deus, não se intrometam para atrapalhar o que já está muito complicado. Se não podem contribuir positivamente, que os ministros fiquem calados", declarou Marcelo Castro.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a crise aérea é conseqüência do bom momento que a economia brasileira vive. Segundo Mantega, mais pessoas tiveram como utilizar o transporte aéreo. Na semana passada, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, aconselhou os passageiros que enfrentam horas de espera nos aeroporto do país com a seguinte frase: “Relaxa e goza”.
No encontro com Pires, Marcelo Castro estava acompanhado do relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS). Os parlamentares relataram ao ministro a visita feita por membros da comissão ao Cindacta 1, em Brasília, na última quarta-feira (20) e se ofereceram para ajudar na intermediação de conflitos entre oficiais e controladores de vôo.
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De acordo com o deputado peemedebista, após diversas visitas aos órgãos de controle aéreo, a CPI constatou que existe uma total falta de comunicação entre os controladores de vôo, a equipe técnica e o comando da Aeronáutica.
Segundo o presidente da CPI na Câmara, esta é a principal causa da crise aérea. "Podemos dizer que os nervos estão à flor da pele", afirmou. Para o parlamentar piauiense, apenas uma intermediação devida pode acalmar os ânimos e evitar o agravamento da situação.
Em relação à prisão de controladores de vôo, que concederam entrevistas à imprensa, o relator da CPI afirmou que a Aeronáutica tem instrumentos legais para tomar essas decisões. Para o petista, os controladores estão cientes de que devem cumprir determinadas regras. (Rodolfo Torres)
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