O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiou para a próxima terça-feira (25), a leitura do requerimento, encaminhado pelo senador Almeira Lima (PMDB-SE), que cria uma CPI para investigar, entre outros casos, as relações do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que confessou ter pago dívidas do presidente Lula e o filho do presidente, Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha. A leitura do pedido estava prevista para ocorrer hoje.
Para ser instalada, a CPI precisa do apoio de pelo menos 27 senadores. Até agora, 34 já assinaram o requerimento do peemedebista. A assessoria de imprensa de Almeida Lima garantiu que, até o momento, ninguém retirou as assinaturas do pedido de criação da CPI. Após a leitura do documento em plenário, os senadores têm até a meia noite do mesmo dia para, se quiserem, retirar seus nomes da lista.
A nova comissão, apelidada de "CPI do Lulinha e do Okamotto", foi sugerida para apurar a suspeita de que o presidente do Sebrae usou recursos do valerioduto para pagar dívidas do presidente Lula e dos familiares dele e o patrocínio de R$ 5 milhões pago pela Telemar a Gamecorp, da qual Lulinha é sócio.
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Criticada ontem por governistas e oposicionistas, a criação dessa nova frente de investigação no Senado é uma estratégia da oposição para driblar o cerco do Supremo Tribunal Federal (STF), que há meses impede a CPI dos Bingos de quebrar os sigilos de Okamotto por sustentar que esse não é o foco da comissão. Os oposicionistas suspeitam que os dados bancários do presidente do Sebrae podem comprometer Lula.
A CPI será oficialmente instalada no dia seguinte à leitura do requerimento de Almeida Lima. A partir daí, a comissão terá 180 dias para fazer as investigações. Se for iniciada neste mês, os resultados serão divulgados somente em outubro, ou seja, em plena campanha eleitoral.
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