O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara tomou hoje o depoimento de Valmir Campos Crepaldi, funcionário da tesouraria do PP. Crepaldi é testemunha no caso contra o deputado Pedro Corrêa (PP-PE) no conselho. Pedro Corrêa foi citado no relatório conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão, acusado de ter ordenado saques de João Cláudio Genu, funcionário do gabinete do deputado José Janene (PP-PR), nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Crepaldi disse ao conselho que os R$ 600 mil recebidos de Marcos Valério, utilizados para pagar o advogado Paulo Goyaz (que defende o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais no Acre), não foram registrados na contabilidade do partido por orientação de Pedro Barbosa, funcionário da empresa de contabilidade que atende o PP. Barbosa teria dito que eram necessários ainda documentos sobre a doação para fazer o registro.
Quanto aos R$ 100 mil pagos em espécie a Goyaz, Crepaldi afirmou que entregou pessoalmente o dinheiro ao advogado em janeiro de 2004. O funcionário do PP declarou ainda que pegou o dinheiro em um envelope com João Cláudio Genu, a pedido do deputado José Janene. Nesse caso, informou Crepaldi, o recibo foi no valor de R$ 130 mil, porque incluía R$ 30 mil de retenção do Imposto de Renda. Crepaldi, porém, não soube explicar por que a entrega não foi feita pelo próprio Genu.
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Além de Crepaldi, já foi ouvido no processo contra Corrêa o assessor do PP João Cláudio Genu. Na quinta-feira (15), será realizado o depoimento da última testemunha arrolada pela defesa, Paulo Alves da Silva.