Nos bastidores do Congresso, especula-se que o PMDB está negociando cargos com o governo em troca do apoio pela aprovação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). No entanto, a informação foi prontamente desmentida por parlamentares da base aliada.
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou qualquer tipo de negociação de cargos em troca de apoio à prorrogação da CPMF. "Há problemas com todas as bancadas e de toda ordem", disse ao Congresso em Foco. De acordo com Cunha, essas questões envolvem "até problemas nos estados da base dos parlamentares".
Já para a oposição, novidade seria "se não houvesse negociação". O deputado ACM Neto (DEM-BA) afirmou que "isso mostra a fragilidade do Parlamento". Para ele, o que o predomina é a troca de favores e não a vontade popular. "Desde que a República existe isso acontece, mas com o PT pirou", afirmou o deputado baiano.
Para Henrique Fontana (RS), vice-líder do governo na Câmara, reivindicar é um ato legítimo. Contudo, ele negou qualquer tipo de negociação de cargos.
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"O PMDB tem cinco ministérios e, junto com o PT, compõe a maior parte da base de sustentação do governo", justifica Fontana. Para o parlamentar, a votação da proposta não pode ser condicionada. "Não trabalhamos com esses critérios", concluiu. (Ana Paula Siqueira)