A possibilidade de o senador Jonas Pinheiro (DEM-MT) trocar o seu voto em favor da prorrogação da CPMF pela renegociação da dívida de seu estado, admitida por ele ao Congresso em Foco, foi duramente criticada pelo líder de seu partido no Senado, José Agripino (RN). O DEM fechou questão contra a CPMF no Senado.
“Isso contraria tudo que o partido decidiu com a própria concordância dele. A questão sobre a renegociação da dívida é emblemática. Por isso, vou procurar o senador [Jonas Pinheiro] para conversar ainda hoje com ele, pois o partido já fechou questão sobre isso”, disse Agripino à reportagem.
Sem adiantar quais são as possíveis sanções caso Pinheiro confirme o seu voto a favor da prorrogação da CPMF, José Agripino disse que todas as medidas seriam tomadas pela Executiva do partido.
Para a líder do bloco de apoio ao governo no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), a posição de Pinheiro em contrariar o voto do líder do DEM não é novidade. “Ele já votou duas ou três vezes contra o voto do senador José Agripino”, comentou.
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Segundo ela, a proposta de renegociação do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), escolhido pelo presidente Lula para conseguir os votos da bancada do estado, é bem vista pelos governistas.
“O Blairo Maggi prevê liquidar a dívida com a União fazendo um financiamento internacional com juros menor. Pelo que ouvi, isso vem sendo bem recebido pelo governo”. A divida de Mato Grosso com a União gira em torno de R$ 5 bilhões
Risco regimental
Para Ideli Salvatti, a votação da PEC da CPMF, prevista para esta terça-feira (11), não deve ser adiada. “Se isso ocorrer, corremos um risco regimental muito grande”, avaliou.
“Se votarmos [a PEC] na próxima quinta, o segundo turno acontecerá apenas entre o Natal e o Ano Novo. Temos que votar amanhã para que o segundo turno ocorra antes desse período”, defendeu. (Erich Decat)