Com a nova crise aérea, iniciada na última terça-feira (dia 19), a CPI do Apagão Aéreo da Câmara voltou a discutir a desmilitarização dos controladores de vôo. O deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) cobrou do governo uma posição sobre o assunto.
“Temos que convocar o ministro da Defesa [Waldir Pires] para saber se o governo tem alguma proposta, se é contra ou se é a favor”, declarou. Para o também tucano Gustavo Fruet (PR), a ruptura já está evidente. “Os controladores não confiam mais nos superiores, e os superiores não têm mais diálogo, porque a hierarquia foi quebrada. Todos estão à beira de um ataque de nervos", afirmou.
O deputado Miguel Martini (PHS-MG), membro da CPI e ex-controlador de vôo, garante que é possível desmilitarizar o espaço aéreo em aproximadamente seis meses. Segundo ele, a informação propagada pela Aeronáutica de que essa transição duraria anos é uma forma da corporação se proteger, já que ela é contrária à medida.
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Os integrantes da comissão parlamentar de inquérito constataram a "tensa" relação entre controladores de vôo e a Aeronáutica durante uma visita, ontem (quarta-feira, dia 20), ao Cindacta-1, em Brasília. Eles assistiram a um vídeo, produzido pela Aeronáutica, que simula a colisão do boeing da Gol e o jato Legacy, ocorrido em setembro do ano passado, que resultou na morte de 154 pessoas. A CPI, criada há mais de um mês, também tem o objetivo de investigar as causas da tragédia.
Alguns deputados, contudo, se mostraram contrários à função intermediadora da CPI. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por exemplo, argumentou que a CPI pode perder todo o trabalho já realizado, além do respeito, se for criado o grupo. O presidente da comissão, Marcelo Castro (PMDB-PI), ponderou que se os deputados vão mesmo intermediar a relação, é preciso definir “quando e quantos”, já que é impossível todos os 48 membros (24 titulares e 24 suplentes) fazerem parte. (Lucas Ferraz)
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